03 junho, 2010

O direito de brincar

Brincar é um direito. É uma necessidade. É um instrumento indispensável para o desenvolvimento das inteligências. Brincar é uma elevação e, ao mesmo tempo, uma aproximação com a nossa linda essência. Precisamos uns dos outros. Somos diferentes e nos ajudamos. Somos imperfeitos, ao mesmo tempo, nos aproximamos da Perfeição pela centelha de amar. Centelha essa que nos impulsiona a amar. No Cristianismo, o conceito de comunhão, de partilha, é real desde as primeiras comunidades. “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações”. (At 2, 42). Viviam na decisão de servir à causa do Amor. O Mestre veio para ensinar e ensinou. O Mestre veio para salvar e salvou. Então, basta agir! Moravam juntos os primeiros cristãos. “Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum” (At 2, 44). Choravam juntos e, juntos, partilhavam a alegria. Brincavam. E ensinavam aos seus filhos também a arte de brincar. São José, certamente, permitiu e incentivou o menino Jesus a brincar na marcenaria. Sempre com segurança e ternura. Maria, mãe zelosa, contou historia são seu Filho. E conviveram. Na oração, na partilha do pão, nos cuidados e na essencial arte de brincar! Há muitos pais que se preocupam tanto com o futuro dos filhos que trazem o mundo dos adultos, inadequadamente, ao mundo das crianças. As obrigações são antecipadas. A agenda cheia de cursos e atividades. O medo dos pais de que os filhos não tenham sucesso profissional impede que a nascente da água siga seu curso, até chegar a ser um grande rio. A criança tem de brincar. E brincar com os pais, também. Pais que contam histórias, que montam quebra-cabeças, que pulam corda, que aprendem com os jogos educativos. Pais que participam. Que ensinam a andar de bicicleta e jogam bola. E que estudam com os filhos, também. As inteligências, e são muitas, vão se desenvolvendo assim. A mente humana não é um receptáculo para guardar informações, é um mundo gigante, amplo, lindamente projetado e construído pelo Criador. E, nessa complexidade, as emoções e a razão conversam. E aprendem. E ensinam. E brincam..... Quem não se lembra das brincadeiras de criança? O ideal seria que a criança que mora em nós não ficasse trancada, mas brincasse com as crianças que estão por aí, tão necessitadas de ternura, atenção e ensino. “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos Céus é para aqueles que se lhe assemelham” (Mt 19,14). Professor Gabriel Chalita